sábado, 27 de agosto de 2011

Uruguai debate legalização do cultivo da maconha

Uruguai debate legalização do cultivo da maconhaO secretário da Presidência do Uruguai, Diego Cánepa, durante a realização da conferência sobre “Políticas de Drogas na Região do Mundo”, organizado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros uruguaio, se mostrou a favor do cultivo de maconha para uso pessoal.


Em entrevista, o secretário disse: “Eu concordo que devemos avançar para um processo de descriminalização da posse de maconha para consumo pessoal”, afirmou Cánepa, que também é presidente do Conselho Nacional de Drogas. Vale lembrar que o consumo de cannabis é descriminalizada há anos no país.



Mesmo apoiando a legalização do cultivo, o secretário entende que uma ação destas não pode ser tomada de maneira isolada. Há de existir toda uma estrutura de ações que permita que o cultivo seja legalizado. “Temos de desenvolver para além da redução da oferta, para além do nosso compromisso na luta contra o abuso de drogas lícitas e ilícitas”, completou Cánepa.

Enquanto aqui no Brasil as principais figuras políticas se esquivam de temas polêmicos, no país ao lado o secretário da Presidência do Uruguai deu a “cara a tapa” e mostrou apoio ao processo aberto no Parlamento do país para descriminalizar o cultivo de maconha para uso pessoal.

Os políticos brasileiros, que são eleitos com a missão de pensar no que é melhor para o povo, acabam por limitar suas atuações por pensarem, em grande parte dos casos, no que é melhor para sua vida política e partidária. Ninguém esquece a repentina mudança de pensamento da atual presidente do Brasil, Sra. Dilma Roussef. Antes de se candidatar às eleições presidenciais, a então ministra-chefe da Casa Civil defendeu, em 2007, a descriminalização do aborto. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Dilma fez a seguinte afirmação. “Olha, eu acho que tem que haver a descriminalização do aborto. Hoje, no Brasil, isso é um absurdo que não haja a descriminalização.”

Após se lançar como candidata a presidência, Dilma mudou o tom do discurso e se mostrou totalmente contra o aborto. “Eu sou contra o aborto porque o aborto é uma violência contra a mulher. Não acho que nenhuma mulher seja a favor do aborto. Como presidente da República, eu tenho de encarar o fato que há milhares de jovens, de adolescentes, que, diante do aborto, desprotegidas, fazem e adotam práticas, por que elas estão abandonadas”, afirmou Dilma em uma coletiva em Belo Horizonte.

Não queremos levantar tal debate nem muito menos defender ponto de vista A ou B, pois isto não nos compete. O que queremos demonstrar é o quão volátil é a opinião da maioria de nossos governantes. Quando encontram uma pauta polêmica pela frente, tratam logo de se esquivar. Ora, se eles são eleitos exatamente para discutir todo e qualquer assunto que seja relevante para a sociedade, não o fazer é uma clara demonstração de sua omissão.

Exagero? Pois bem. A já conhecida Marcha da Maconha vem sendo proibida há anos em diversas cidades. Neste ano de 2011, após ser proibida, a realização da Marcha da Liberdade aconteceu e, mesmo não defendendo a legalização da maconha, foi duramente repreendida pela polícia. Somente após este acontecimento, para que o Supremo Tribunal Federal (STF) garantisse o direito dos brasileiros de defender a descriminalização da maconha.
Fonte : BrasilNORML

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