Polícia de SP apura repressão policial na Marcha da Maconha
DE SÃO PAULO
A Polícia Militar investigará a conduta dos policiais que participaram da repressão à Marcha da Maconha, anteontem, em São Paulo. A corporação prometeu apurar "todo e qualquer abuso que pode ter ocorrido".
A polícia usou balas de borracha e bombas de efeito moral contra os manifestantes, perseguidos da avenida Paulista à rua da Consolação. Seis pessoas foram detidas e, mais tarde, liberadas.
Imagens da TV Folha mostram a violência da polícia. O repórter da TV Félix Lima foi atingido por jatos de spray de pimenta por um PM e por uma agente da Guarda Civil Metropolitana. A agente da GCM ainda atacou o repórter --que portava crachá-- com um golpe de cassetete.
A GCM vai apurar o caso. A PM atribuiu a reação à necessidade de cumprir ordem judicial, dada na sexta, que proibiu o ato. Sem poder fazer alusão à maconha, os manifestantes saíram em passeata em nome da "liberdade de expressão".
Os integrantes da marcha prometem novo manifesto no sábado, contra a repressão policial, no vão do Masp.
SEM SENTIDO
"Não havia sentido nenhum em nos agredir", afirmou a advogada Juliana Machado, 27. Ela havia obtido autorização da PM para a marcha desde que não houvesse referência à maconha, mostram imagens do portal "IG". "O acordo foi descumprido." A PM não respondeu.
Para o coordenador da comissão de direitos humanos da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), a reação da polícia foi exagerada.
"Os governos de uma forma geral tratam um problema de saúde pública como caso de polícia, à base de bala de borracha e bomba de gás", disse Martim Sampaio.
A repressão suscita a importância de se debater de forma adequada a descriminalização da maconha, diz.
Zanone Fraissat - 21.mai.11/Folhapress
Manifestantes entraram em conflito com policiais em protesto contra a proibição da Marcha da Maconha, em SP
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